quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ah... a formatura!

Depois de ralar 3 anos pra passar em medicina na federal e mais 6 anos de curso, estamos nós, turma 129 (LAMA), formados! 163 médicos, novinhos em folha! E, nada melhor do que 3 dias de festa pra comemorar o fim de mais uma etapa nas nossas vidas.

Começou com o culto ecumênico. Maquiagem com a Carol, Silvio domando o cabelo rebelde dessa que vós fala e vestido que ficou pronto um dia antes. Resultado: ganhei até um elogio no estilo Dior! Chegamos uma hora mais cedo que os convidados e nos reunimos num espaço que mais parecia uma estufa. Cabelo e maquiagem derretendo. Mas, quer saber? Nem liguei! Todos os seus colegas arrumados, bonitos e felizes! Não tem preço! B4, sempre presente, tirando a foto de todos os eventos. Pequenininhas nervosas com seus vestidos e penteados. Sorrisos, sorrisos e mais sorrisos. Mal sabíamos nós que a despedida começava ali. Foi tudo lindo, a parte de entregar a rosa para os pais então? Chorei em bicas! É muito sentimento, foi catarse! Parabéns para lá e para cá, voltamos para casa e comemoramos com lasanha de microondas!

Dia dois: a colação! Dessa vez, cabelo primeiro, maquiagem depois. E lá vamos eu, Mari e Mari para o Expominas. Coquetel dos professores homenageados rolando, homenagem minha e da Aninha para o Clube Atlético Mineiro, um guaraná ali, um salgadinho aqui e chegou a hora: gente, tá na hora que colocar a beca! Coração veio na boca e as lágrimas nos olhos. Chegou a hora, o momento! Beca, capelo e faixa verde! Nossa, sou Médica! A felicidade explodiu no meu peito. No rosto, só um sorriso, do início ao fim da cerimônia. O sentimento foi de vitória, de dever cumprido, de sonho realizado! Que dia especial, que gostinho especial! Faixa, família, amigos, voleishow, diploma na mão, fotos, fotos, sorrisos, gritos, abraços. É uma hora que você vê as pessoas que gostam e te consideram. Colégio santo Agostinho me carregando, vôlei comparecendo, família super feliz. Indescritível! Depois, partimos para o peixinho em casa, com direito a conversa e risadas até 4 horas da manhã.

Capítulo 3: o baile. Lembro de acordar nesse dia com um aperto no coração: hoje é o último dia, passou tão depressa, eu esperei tanto esse momento, sonhei tanto! O sentimento é novamente de não acreditar! É de se sentir abençoada! O dia passou voando e chegou a hora de ir para o salão. Maquiagem de diva, com direito a cílios!!! E o cabelo? Inspiração: mulher do Temer, claro! Coloquei o vestido, as sandálias e as jóias e me olhei no espelho: nossa, acho que nunca estive tão bonita! Daí por diante o tempo passou voando! Chegada ao baile, fotos, parabéns, valsa com o pai, valsa com o irmão (me faltou um namorado nessa ocasião, mas, era com Caetaninho mesmo que eu queria dançar. A gente merecia, depois de tantas coisas que passamos juntos), dançar, beber drinks, dançar, sorrir... E, de repente, as luzes se acenderam: acabou a festa. Juro, parece que ela durou 5 minutos. Nossa... acabou, tudo... Aperto no peito novamente. Mas, coloquei o meu abadá, chinelinho verde e fui correndo para para o pós-baile (literalmente, porque, estava chovendo). Ali, a ficha foi caindo de que tudo tinha acabado mesmo. Nunca mais nossa turma irá se reunir completa novamente, cada um vai seguir seu rumo, tocar a suas carreiras, construir suas famílias, suas vidas. Não tinha como não chorar ao me despedir dos sobreviventes do B4 no pós-baiel: Aninha, Bisi, Gabi e Ligeiro. Foi como se despedir de irmãos, porque, o B4 acabou se tornando uma família. Cheguei em casa, tomei banho e dormi.

Acho que dos 3 dias de festa não poderiam ter sido melhores. É felicidade mesmo, como há muito tempo não sentia. Sonho realizado. Sim, sonhos são possíveis, basta acreditar e lutar por eles. Da faculdade fica a saudade dos lanches no ICB, das aulas com as pequenininhas, das bancadas da morfologia, dos corredores do HC, faculdade de medicina, ambulatório Bias Fortes, ambulatório São Vicente, das conversas mudas na biblioteca, dos apertos das provas, dos treinos de vôlei com 3 pessoas e a resenha que nunca acontecia, dos intermeds, do salão nobre, dos almoços no bandejão, do aperto do 5102, das risadas infinitas dos internatos de trauma e gob... É tanta coisa, que não dá pra lembrar de tudo agora. A única coisa que digo é: foram os 6 anos mais incríveis da minha vida! Quanta saudade, quanta saudade, de tudo!

Agora, é bola pra frente. Carimbo rosa na mão, cara de pau, coragem, muito estudo e vida nova. Nova etapa, novos sonhos, novas surpresas. É a magia da vida acontecendo, todos os dias.

Obrigada meu Deus por ter me permitido viver momentos tão especiais! Sou privilegiada!

Um grande abraço a todos da 129! A turma que me acolheu adolescente e formou uma médica no fim de tudo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Reveillon em Copa

Eu brinco que há coisas que tenho que fazer antes de morrer. É uma espécie de lista, que, nas horas vagas, eu tento seguir! São desejos antigos, desejos novos, desejos que surgem após uma conversa ou depois de assistir um documentário no Discovery Channel. Um dos itens da lista era passar a virada do ano no réveillon mais famoso do mundo: o de Copacabana! Sim, os fogos, as pessoas, o clima e a sensação de “eu já vi, eu já vivi isso”!

Após pedir pro papai, pegar emprestado um dinheiro com a Oli e passar pela aventura de esperar por mais de 3 horas pelo cortiço na rodoviária do Rio de Janeiro, a viagem finalmente começou. Foram 7 dias de vida típica carioca (acredito eu...rs). Pegar um sol em Ipanema, no posto 9! Ir a Lapa, ouvir um samba de raiz e sentir toda a boemia e a malandragem do lugar. Samba na quadra do salgueiro, sentir a pulsação do carnaval! (outro item da lista já realizado: eu já vi o desfile das escolas de samba do grupo especial do Rio – foi o desfiles das campeãs, mas, valeu!). Andar pela Barra e me sentir em uma novela do Manuel Carlos. Pisar no calçadão e quase ser atropelada por uma bicicleta. Andei de metrô. Debaixo da terra! Engraçado? Pra uma belorizontina que só conhece um trem urbano que liga nada a lugar nenhum, é uma super novidade! Até dia comum vivi no Rio. Sai em busca desesperada por lentes de contato com Tata (já moradora típica do lugar), pra não pagar mico na praia, de óculos de nerd!

Posso dizer que o Rio de Janeiro é um lugar fantástico! Sei que passei um curtíssimo período na cidade, mas, em pouco tempo, percebi como o povo é alegre e leva a vida com mais leveza! Você se senta na praia, e alguém que você nunca viu (pode ser até um estrangeiro) engata um papo animado! É ver um samba rolar dentro do metrô, é ver gente de todas as idades e tipos físicos fazendo exercícios regularmente! Escutar aquele sotaque gostoso, que dá vontade de sorrir. É ver a desigualdade gritante de Ipanema e do Vidigal, logo no alto do morro dois irmãos.

O réveillon, não podia ser mais cortiço. Pegar metrô correndo, faltando 2 minutos pra perder o ticket e passar a virada na praia do Flamengo. Parar pra respirar, com bolsa, canga e flores nas mãos. Viajar apertada e correr por Ipanema, sem saber ao certo como chegar na casa da amiga. Sair correndo do apartamento e pegar um ônibus aos gritos, com o bigodinho cor de rosa e rir de Ipanema a Copacabana, vestidas elegantemente para o réveillon. Fazer amizade com um argentino e sua família e um americano pão duro, dar cambalhotas e estrelas na areia. Ficar calada, por 20 minutos, de boca aberta, durante o espetáculo de fogos. A sensação foi de não acreditar. Não, não estou aqui. Não estou vivendo uma coisa tão especial depois de 2 anos de viradas do ano não muito agradáveis. Sim, eu estava lá, com os pés na areia de Copacabana, pedindo pra Deus um 2011 melhor. Foi diferente porque não teve contagem, não teve expectativa, não teve tristeza por tudo que não deu certo em 2010. O ano novo entrou sem pedir licença, rápido, indolor, sem melindres. Foi estranho, mas foi melhor.

Pezinho no mar, flor pra Iemanjá, preces pelo 2011 e muitas, muitas risadas. Foi assim que o ano começou. E, pelo que tenho visto até agora, começou quente!

Feliz 2011 para todos (com um atraso considerável)!

Sim, um carimbo rosa!

Pra um 2010 sem muitas novidades, o 2011 começou com a corda toda! Primeiro, réveillon em Copacabana com o cortiço. Depois, a saga pelo primeiro emprego. Seguindo, formatura. E agora, mãos à obra! Uma médica, uma bolsa de bolinhas, um jaleco P, coragem, muito estudo e um carimbo delicadamente rosa, pendurado no pescoço, com o número que faz a mágica da vida nova começar! Here I go!