Eu brinco que há coisas que tenho que fazer antes de morrer. É uma espécie de lista, que, nas horas vagas, eu tento seguir! São desejos antigos, desejos novos, desejos que surgem após uma conversa ou depois de assistir um documentário no Discovery Channel. Um dos itens da lista era passar a virada do ano no réveillon mais famoso do mundo: o de Copacabana! Sim, os fogos, as pessoas, o clima e a sensação de “eu já vi, eu já vivi isso”!
Após pedir pro papai, pegar emprestado um dinheiro com a Oli e passar pela aventura de esperar por mais de 3 horas pelo cortiço na rodoviária do Rio de Janeiro, a viagem finalmente começou. Foram 7 dias de vida típica carioca (acredito eu...rs). Pegar um sol em Ipanema, no posto 9! Ir a Lapa, ouvir um samba de raiz e sentir toda a boemia e a malandragem do lugar. Samba na quadra do salgueiro, sentir a pulsação do carnaval! (outro item da lista já realizado: eu já vi o desfile das escolas de samba do grupo especial do Rio – foi o desfiles das campeãs, mas, valeu!). Andar pela Barra e me sentir em uma novela do Manuel Carlos. Pisar no calçadão e quase ser atropelada por uma bicicleta. Andei de metrô. Debaixo da terra! Engraçado? Pra uma belorizontina que só conhece um trem urbano que liga nada a lugar nenhum, é uma super novidade! Até dia comum vivi no Rio. Sai em busca desesperada por lentes de contato com Tata (já moradora típica do lugar), pra não pagar mico na praia, de óculos de nerd!
Posso dizer que o Rio de Janeiro é um lugar fantástico! Sei que passei um curtíssimo período na cidade, mas, em pouco tempo, percebi como o povo é alegre e leva a vida com mais leveza! Você se senta na praia, e alguém que você nunca viu (pode ser até um estrangeiro) engata um papo animado! É ver um samba rolar dentro do metrô, é ver gente de todas as idades e tipos físicos fazendo exercícios regularmente! Escutar aquele sotaque gostoso, que dá vontade de sorrir. É ver a desigualdade gritante de Ipanema e do Vidigal, logo no alto do morro dois irmãos.
O réveillon, não podia ser mais cortiço. Pegar metrô correndo, faltando 2 minutos pra perder o ticket e passar a virada na praia do Flamengo. Parar pra respirar, com bolsa, canga e flores nas mãos. Viajar apertada e correr por Ipanema, sem saber ao certo como chegar na casa da amiga. Sair correndo do apartamento e pegar um ônibus aos gritos, com o bigodinho cor de rosa e rir de Ipanema a Copacabana, vestidas elegantemente para o réveillon. Fazer amizade com um argentino e sua família e um americano pão duro, dar cambalhotas e estrelas na areia. Ficar calada, por 20 minutos, de boca aberta, durante o espetáculo de fogos. A sensação foi de não acreditar. Não, não estou aqui. Não estou vivendo uma coisa tão especial depois de 2 anos de viradas do ano não muito agradáveis. Sim, eu estava lá, com os pés na areia de Copacabana, pedindo pra Deus um 2011 melhor. Foi diferente porque não teve contagem, não teve expectativa, não teve tristeza por tudo que não deu certo em 2010. O ano novo entrou sem pedir licença, rápido, indolor, sem melindres. Foi estranho, mas foi melhor.
Pezinho no mar, flor pra Iemanjá, preces pelo 2011 e muitas, muitas risadas. Foi assim que o ano começou. E, pelo que tenho visto até agora, começou quente!
Feliz 2011 para todos (com um atraso considerável)!
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