quarta-feira, 30 de março de 2011

Pontapé inicial

Hoje foi um dia em que senti orgulho de ser médica! É uma coisa simples, mas que para mim, foi uma injeção de ânimo! Atendi ontem uma criança com gripe há 6 dias. Ela estava prostada ("moadinha") no colo da mãe, irritada, não reagia a estímulos, com febre e com uma carinha péssima. Tratei e hoje ela chegou pulando lá no posto! Fora do colo da mãe, rindo, brincando. Como diz um professor meu, as vezes os pacientes melhoram por causa ou apesar do médico. Mas, sendo de quem for a responsabilidade pela melhora (minha, dele, ou dos dois), fiquei muito feliz com a cena de hoje!
Seria esse o começo do processo? Espero que sim...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Propaganda nova da Coca Cola

Curti demais o foco dessa propaganda!! Ao invés de vários adolescentes magros, felizes e ricos em uma praia deserta, curtindo um show de reggae e tomando uma coca cola, eles abordaram um tema da realidade: pessimismo em relação ao mundo. Alguns podem criticar, dizendo que uma arma faz mais estrago do que mil ursos de pelúcia. Pelo menos, a proporção de ursinhos ainda é maior. Penso que o que falta no mundo é nós acreditarmos que as coisas podem melhorar, que o ser humano pode evoluir. Está faltando o ser humano apaixonar-se pela sua espécie e pelo mundo que vive. Um pouco mais de otimismo e de amor na rotina! Um pouco mais de sorrisos, apesar de todas as diversidades!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Música do dia

Depois de uma manhã de muito trabalho e muito cansaço, essa música me veio à cabeça...

Infinita Highway - Engenheiros do Hawaii

Você me faz correr demais os riscos desta highway
Você me faz correr atrás do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto, deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós sabe exatamente onde vai parar
Mas não precisamos saber pra onde vamos, nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos, nós só queremos viver
Sem motivos nem objetivos nós estamos vivos e é tudo
É, sobretudo, a lei dessa infinita highway.
Infinita highway.
Escute garota, o vento canta uma canção
Dessas que uma banda nunca toca sem razão
Então me digam garotas? será a estrada uma prisão?
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isto ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
Então tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como comer
Estamos sós e nenhum de nós sabe onde vai parar
Estamos vivos sem motivos
Que motivos temos para estar atrás de palavras
Escondidas nas entrelinhas do horizonte desta highway?
Silenciosa highway
Infinita Highway
Eu vejo o horizonte trêmulo
Eu tenho os olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Eu posso estar correndo pro lado errado
Mas "a dúvida é o preço da pureza" e é inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo não corra, não morra, não fume
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes
E a minha vida é tão confusa quanto a América central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute, garota, façamos um trato:
Você desliga o telefone se eu ficar um pé no saco
110, 120, 160 Só pra ver até quando o motor agüenta
Na boca em vez de um beijo, um chiclete de menta
E a sombra de um sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway
Silenciosa highway
Infinita highway


Espero sinceramente que eu esteja ajudando alguém no meio dessa highway... E que a medicina volte a ser mais apaixonante e menos cansativa...

sábado, 19 de março de 2011

Chá de panela

Hoje foi o chá de panela do Fernando e da Mari. Foi na casa dos pais da Mari, em BH mesmo. Foi organizado pelas amigas de infância da noiva e contou com a presença de amigos e família do casal. Entre muitos presentes, brincadeiras, prendas, também felicidade, carinho , amor e amizade. Mari e Fernando já estão morando juntos desde janeiro. O casamento, em maio, será para abençoar o casal e oficializar o que já acontece: a Mari casou mesmo.
Eu sempre digo que acho muito esquisito alguém próximo a mim casar. Era algo tão distante quando eu ainda era criança e brincava de casar a minha Barbie com o Ken. Era coisa das tias, das quais eu fui daminha. Era algo só pra ver a noiva entrar na igreja. Era coisa de adulto. Sim... Cheguei oficialmente a idade adulta. Ao invés de ir a festas de 15 anos e formaturas, vou a casamentos e chás de panela. Agora trabalho de segunda a sexta e não posso faltar se o dia estiver frio ou se estiver com aquela preguiça que dói. Tem conta no começo, meio e fim do mês. Tem que planejar a vida, tem que pensar realmente no futuro. Passei da idade de sonhar com banda de rock, de namorar o cara descolado, de passar os dias jogando vôlei, de ter férias em julho e em dezembro/janeiro, de gastar o dinheiro dos pais e de morar debaixo das asas deles. Um novo tempo se insinuou a partir do momento em que fiz o juramento de Hipócrates. E confesso que ainda estou assustada e me adaptando a todas as mudanças, à curva acentuada para a esquerda que a minha vida fez.
Mais do que nunca, me assusto com casamentos. E com bebês então? Mari já planeja aumentar a família ano que vem. Perguntei a ela se ela não tem medo. A resposta foi: quando a pessoa certa chegar, você não terá medo. Será? O casamento pra mim ainda é sinônimo de fim de várias possibilidades, de prisão, de vida monótona, de marido chato, de cobranças. Eu já sonhei com o véu e grinalda, com a Ave-Maria de Gounod na porta da igreja, com lua de mel em Fernando de Noronha, com resultado positivo de betaHCG quantitativo. Hoje, confesso que morro de medo de chegar aos 30 e casar com o cara errado.
Mas, o que mais me assusta mesmo são as mudanças rápidas da vida. De repente todo mundo forma,tem número de CRM, casa, tem filhos, família, nome no mercado, viaja de férias pra Europa, paga colégio e o inglês do menino, faz previdência privada. Tem horas que tenho vontade de pedir para o mundo parar que eu quero descer. A vida fluía com mais calma antes...
Mas, parando de reclamar (que já tá ficando chato), insisto em pensar que é só uma fase, que vai passar e que eu ainda vou ficar muito feliz com a vida nova. E continuo desejando toda a felicidade do mundo para Mari e Fernando, que tiveram a coragem de se entregarem a um novo amor, de se apaixonarem de novo, de em menos de um ano chegarem a conclusão de que o destino era ficar juntos, que resolveram encarar um casamento e ter filhos, de acreditar na única instituição que pode melhorar a sociedade, na minha opinião (apesar de todo o meu medo de casamento e filhos): a família. Parabéns ao casal, que agora está em contagem regressiva: 28 de maio! Fico muito feliz de ver os olhos da Mari brilhando quando ela fala da vida de casada e de como ela está feliz e em paz com tudo isso. Isso me enche o coração de alegria e de calor!

Dedico um poeminha do Drummond e homenagem ao casal:

DESEJOS

Desejo a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.