O objetivo desse blog é relatar as aventuras do primeiro ano como médica. As alegrias, as tristezas, a saúde e a doença! Hoje, foi um daqueles dias reconfortantes. Fui chamada para uma visita domiciliar na casa de uma idosa, que não se locomove bem. Chegando lá, ela só queria remédios para pegar de graça pelo SUS e, dentro de todas suas limitações, estava bem. Era uma senhora de 78 anos de idade, com uma grave osteoporose na coluna, andando com dificuldade e já um pouco confusa. O que mais me comoveu foi seu marido e o carinho com que ele a tratava e falava dela. Segurou as mãos dela durante todo o exame físico e contou das dificuldades de sua esposa quando ela era criança. Nesse momento, seus olhos se encheram de lágrimas. Na despedida, depois da consulta, nos convidou para tomar um café e perguntou quanto era. De tão humilde, não sabia que aquela visita era uma obrigação minha como médica de PSF (programa saúde da família). Eu disse que o pagamento era ele rezar por mim e pela minha família. Ele disse que sim e que também iria rezar pela minha carreira. E, mais uma vez, seus olhinhos brilhavam com as lágrimas. Isso é o que eu chamo de reconhecimento e de um agradecimento mais que sincero. São nessas horas que eu sinto o quanto o médico é importante para uma comunidade, para as pessoas. Nesses momentos é que todo o cansaço, irritação e medo vão embora...
OBS: Em breve, post sobre o show do Paul McCartney. Só uma palavra, pra adiantar: SENSACIONAL!
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Presente de aniversário
Sabe quando uma música expressa tudo aquilo que se está sentindo, mas não consegue colocar pra fora?
Não é bem uma música, mas um dos poemas mais bonitos e tocantes que já ouvi... Escutei hoje, pela primeira vez, esperando minha madrinha sair da manicure. Até o cenário era inspirador: em frente a igreja de São Gonçalo, ao lado do monumento aos soldados mortos na Segunda Guerra mundial, com a capela da Santa Casa ao fundo, durante um entardecer calmo, frio... Foi um recado e tanto que me deram... Mais pra um acalento... Que esse aniversário inaugure um novo ciclo, sem sombras do passado.
Letra e vídeo, pra vocês conhecerem:
METADE - Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Não é bem uma música, mas um dos poemas mais bonitos e tocantes que já ouvi... Escutei hoje, pela primeira vez, esperando minha madrinha sair da manicure. Até o cenário era inspirador: em frente a igreja de São Gonçalo, ao lado do monumento aos soldados mortos na Segunda Guerra mundial, com a capela da Santa Casa ao fundo, durante um entardecer calmo, frio... Foi um recado e tanto que me deram... Mais pra um acalento... Que esse aniversário inaugure um novo ciclo, sem sombras do passado.
Letra e vídeo, pra vocês conhecerem:
METADE - Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Semana nostálgica
Essa música traduz muitos dos sentimentos e transformações pelas quais passei durante todo o ano passado e princípio desse... Acho que a principal conquista foi: "all the love I have is in my mind".
Presente de aniversário (se já não for pedir demais): um pouco mais de magia, um pouco mais de calor na vida...
Letra e vídeo:
Lucky Man - The Verve
Happiness
More or less
It's just a change in me
Something in my liberty
Oh my, my
Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know just where I am
But how many corners do I have to turn?
How many times do I have to learn?
All the love I have is in my mind?
Well, I'm a lucky man
With fire in my hands
Happiness
Something in my own place
I'm standing naked
Smiling, I feel no disgrace
With who I am
Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know just where I am
But how many corners do I have to turn?
How many times do I have to learn?
All the love I have is in my mind?
I hope you understand
I hope you understand
Gotta love that'll never die
Happiness
More or less
It's just a change in me
Something in my liberty
Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know
Oh my, my
Oh my, my
Oh my, my
Oh my, my
Gotta love that'll never die
Gotta love that'll never die
No, no
I'm a lucky man
It's just a change in me
Something in my liberty
It's just a change in me
Something in my liberty
It's just a change in me
Something in my liberty
Oh my, my
Oh my, my
It's just a change in me
Something in my liberty
Oh my, my
Oh my, my
Presente de aniversário (se já não for pedir demais): um pouco mais de magia, um pouco mais de calor na vida...
Letra e vídeo:
Lucky Man - The Verve
Happiness
More or less
It's just a change in me
Something in my liberty
Oh my, my
Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know just where I am
But how many corners do I have to turn?
How many times do I have to learn?
All the love I have is in my mind?
Well, I'm a lucky man
With fire in my hands
Happiness
Something in my own place
I'm standing naked
Smiling, I feel no disgrace
With who I am
Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know just where I am
But how many corners do I have to turn?
How many times do I have to learn?
All the love I have is in my mind?
I hope you understand
I hope you understand
Gotta love that'll never die
Happiness
More or less
It's just a change in me
Something in my liberty
Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know
Oh my, my
Oh my, my
Oh my, my
Oh my, my
Gotta love that'll never die
Gotta love that'll never die
No, no
I'm a lucky man
It's just a change in me
Something in my liberty
It's just a change in me
Something in my liberty
It's just a change in me
Something in my liberty
Oh my, my
Oh my, my
It's just a change in me
Something in my liberty
Oh my, my
Oh my, my
sexta-feira, 6 de maio de 2011
13 de maio
Daqui uma semana faço 26 anos. Lembro-me de quando uma prima chegou a essa idade e eu pensei: nossa, ela está velha. Agora, a velha sou eu. Mas, o que é envelhecer? Algumas dores articulares, perda de massa muscular, enfraquecimentos dos ossos, diminuição da elasticidade da pele (os famosos pés de galinha), diminuição da acuidade visual e auditiva... Todas essas queixas escuto diariamente no meu consultório. Mas, a frase que mais me marcou esses dias, principalmente pelo meu aniversário estar chegando, foi dita por uma hipertensa de 51 anos: eu amo viver!
Por que envelhercer é algo tão triste, cheio de amargura e tristeza? O idoso é visto como o encosto, o que dá trabalho, o inútil, o incapaz. Nos esquecemos que aquele vózinho de 80 anos passou por inúmeras situações ao longo de sua vida, tem várias experiências pra compartilhar, histórias pra contar e incontáveis conhecimentos para passar aos mais novos. No oriente, o idoso, o ancião, é tratado com respeito, é o senhor da sabedoria, é o membro mais importante da comunidade. A nossa sociedade escrava da beleza, da eterna juventude, futilidade, vaidade em excesso, julga que uma senhora de 50 anos, porque já entrou na menopausa e tem algumas rugas no rosto é menos importante do que uma jovem de 20 anos, que ainda não viveu tempo suficiente para contribuir realmente para o meio que vive.
Escrevo essas coisas porque eu mesma estou cheia de preconceitos. Penso: tenho 26 anos, não tenho namorado, meu joelho dói, não consigo sair para a balada e trabalhar no outro dia, tenho sono às 10 horas da noite, tenho vontade de dormir sexta a noite ao invés de paquerar no bar. Não, eu não sou velha, nem se tivesse 50 anos! Ainda mais aos 26 anos. Estou no auge da minha vida, iniciando uma carreira, começando a ficar independente, a realizar os meus sonhos, a ser dona da minha vida, das minhas vontades e dos meus sentimentos, a contribuir de verdade para a sociedade onde vivo. E daí se eu quero ficar em casa em uma sexta a noite, porque dei plantão durante a semana e ainda não descansei? Ainda tem o sábado e o domingo pra curtir, conhecer gente nova, esfriar a cabeça, beijar o futuro marido. E daí que não tenho um namorado de mil anos, planos de casamento, de filhos. Nem sei se quero ter filhos. E casar? Só se valer muito a pena mesmo (tenho exemplos do sucesso e do insucesso de relacionamentos de muitos anos). Aos 20 construí o caminho para a profissão que tenho hoje, aos 30 rumo ao sucesso profissional, aos 40 colher os frutos de todo o esforço, aos 50 curtir as conquistas, aos 60, 70, 80, as vezes ver os netos crescerem, passar a vida ao lado de alguém, ser o especialista referência na área e ter um nome consolidado no mercado de trabalho, investir em alguma obra social. O que a vida reserva? Não sei. Eu já fiz tantos planejamentos e de repente a vida mudou radicalmente e eu tive que reconstruir sentimentos, vontades, sonhos, planos... Então, vamos só viver a vida, com responsabilidade, é claro.
Reforço esses sentimentos todos os dias para mim mesma. Esse amor pela vida, que aquela senhora me relatou durante a consulta, confesso, ainda não descobri. O que é muito triste. Mas, acho que estou a caminho. Lembram-se de quando escrevi por aqui que ainda ia ser feliz com a vida que levo hoje? Pois é... O processo já se iniciou, já estou mais tranquila e satisfeita com os rumos da vida. E quem me proporcionou isso: o tão temido tempo.
Parabéns pra mim, pelos meus primeiros 26 anos de vida! Que venham mais, com saúde, felicidade e, principalmente, paz!
Por que envelhercer é algo tão triste, cheio de amargura e tristeza? O idoso é visto como o encosto, o que dá trabalho, o inútil, o incapaz. Nos esquecemos que aquele vózinho de 80 anos passou por inúmeras situações ao longo de sua vida, tem várias experiências pra compartilhar, histórias pra contar e incontáveis conhecimentos para passar aos mais novos. No oriente, o idoso, o ancião, é tratado com respeito, é o senhor da sabedoria, é o membro mais importante da comunidade. A nossa sociedade escrava da beleza, da eterna juventude, futilidade, vaidade em excesso, julga que uma senhora de 50 anos, porque já entrou na menopausa e tem algumas rugas no rosto é menos importante do que uma jovem de 20 anos, que ainda não viveu tempo suficiente para contribuir realmente para o meio que vive.
Escrevo essas coisas porque eu mesma estou cheia de preconceitos. Penso: tenho 26 anos, não tenho namorado, meu joelho dói, não consigo sair para a balada e trabalhar no outro dia, tenho sono às 10 horas da noite, tenho vontade de dormir sexta a noite ao invés de paquerar no bar. Não, eu não sou velha, nem se tivesse 50 anos! Ainda mais aos 26 anos. Estou no auge da minha vida, iniciando uma carreira, começando a ficar independente, a realizar os meus sonhos, a ser dona da minha vida, das minhas vontades e dos meus sentimentos, a contribuir de verdade para a sociedade onde vivo. E daí se eu quero ficar em casa em uma sexta a noite, porque dei plantão durante a semana e ainda não descansei? Ainda tem o sábado e o domingo pra curtir, conhecer gente nova, esfriar a cabeça, beijar o futuro marido. E daí que não tenho um namorado de mil anos, planos de casamento, de filhos. Nem sei se quero ter filhos. E casar? Só se valer muito a pena mesmo (tenho exemplos do sucesso e do insucesso de relacionamentos de muitos anos). Aos 20 construí o caminho para a profissão que tenho hoje, aos 30 rumo ao sucesso profissional, aos 40 colher os frutos de todo o esforço, aos 50 curtir as conquistas, aos 60, 70, 80, as vezes ver os netos crescerem, passar a vida ao lado de alguém, ser o especialista referência na área e ter um nome consolidado no mercado de trabalho, investir em alguma obra social. O que a vida reserva? Não sei. Eu já fiz tantos planejamentos e de repente a vida mudou radicalmente e eu tive que reconstruir sentimentos, vontades, sonhos, planos... Então, vamos só viver a vida, com responsabilidade, é claro.
Reforço esses sentimentos todos os dias para mim mesma. Esse amor pela vida, que aquela senhora me relatou durante a consulta, confesso, ainda não descobri. O que é muito triste. Mas, acho que estou a caminho. Lembram-se de quando escrevi por aqui que ainda ia ser feliz com a vida que levo hoje? Pois é... O processo já se iniciou, já estou mais tranquila e satisfeita com os rumos da vida. E quem me proporcionou isso: o tão temido tempo.
Parabéns pra mim, pelos meus primeiros 26 anos de vida! Que venham mais, com saúde, felicidade e, principalmente, paz!
Assinar:
Comentários (Atom)