Eu não tinha noção de como as coisas simples, que a gente tem (ou tinha) todos os dias, é que trazem felicidade. Depois de um plantão infernal num sábado durante o dia, pegar o carro (do meu pai ainda) e ir ver a minha mãe e a minha família em Dores, foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos 15 dias. Primeiro que eu venci uma barreira: peguei estrada, à noite, cansada depois do plantão, e cheguei direitinho (tá, é uma irresponsabilidade, mas, tem certas coisas que eu tenho que fazer, pra testar os meus limites). Depois, cheguei e ao ver a minha mãe, senti o maior alívio do mundo. Eu tava em casa, longe de toda a aflição do dia, finalmente um pouco de conforto e de alegria! Conversei, ri, desabafei, chorei! Tentei comer um hambúrguer, mas depois de passar o dia com quatro biscoitos, o estômago não tava muito legal. Tomei um banho, coloquei o meu pijama e sentei no sofá da casa da minha avó. Pensei: aqui não tem sirene, não tem tensão, não tem solidão. Em seguida chegou a Tata, minha amiga, prima, confidente, irmã! Amizade, carinho, consideração. Tudo ficou mais leve e tudo que aconteceu, toda a preocupação e medo, foram passando devagar.
Coloquei o vestido que eu mais gosto, um sapato de salto, arrumei o cabelo, maquiagem, passei o meu hidratante da Vitoria Secrets (agora eu tenho um! Me sinto uma diva quando passo ele!rs) e fui pra festa no clube do 50. Já fui em milhares de festas lá, mas essa foi diferente. Lugar e pessoas conhecidas, colocar a conversa em dia, rir, beber coca cola, dançar, fazer charminho, paquerar, distrair. Sair da bolha de preocupações que se tornou a minha vida de primeiro emprego e divertir. Pra quem foi de carro pra ficar uma meia hora, voltar 4 e meia pra casa nem doeu. Até nessa hora eu senti alívio. Meu pai tava esperando na varanda, com medo de eu guardar o carro sozinha. Na verdade, esse medo é de uma recaída, que eu já to careca de saber que não vai acontecer. Eu olhei pra ele e pensei: é... Agora eu não devo mais satisfação. E até achei engraçada a situação. Dormi, como diz a minha mãe, o sono dos justos. E o dia chegou ao fim. Um dia, muitos sentimentos, muitas conclusões.
A possibilidade de morar sozinha e de cuidar da minha vida está me ensinando muito. Estou aprendendo a me virar, a tomar decisões, a ter rotina e disciplina e a valorizar a vida que eu tinha antes, e que eu tanto reclamava. Não é que eu sinto falta. A gente tem que crescer sempre. Mas, tudo parece mais colorido, melhor e mais importante: meus pais, meu irmão, minha família, meus amigos, a vida que eu deixei em stand-by em BH e o planos para o futuro. A vida é agora! E agora, é construir uma história por aqui, nessa cidade histórica linda e cheia de desafios. Trabalhar, estudar, conhecer pessoas, desvendar os mistérios da famosa São João Del Rei e quem sabe até um amor novo (sim, agora eu já quero).
PS: olha como as coisas estão melhorando... Aqui em casa agora tem Globo!
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